Jovens são atraídos por mercado imobiliário

O boom imobiliário trouxe um novo perfil de consumidor para o segmento. Segundo empresários, o número de jovens entre 25 e 35 anos que buscam a compra do primeiro imóvel no Grande ABC já ultrapassou os 50% do percentual de interessados. Para eles, a facilidade no acesso ao crédito dos últimos anos e programas como o Minha Casa, Minha Vida que concedem benefícios e descontos, são os principais fatores para a mudança.

Com o aumento da procura pelo crédito, cresceram também os saques do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) em 29% de janeiro a abril de 2010, frente ao mesmo período de 2009. O benefício pode ser utilizado na compra de imóveis.

Casais em busca do primeiro imóvel e sem filhos também são o foco de vendas dos empreendimentos do Grande ABC, segundo o empresário Milton Casari. "Temos de ter em mente que há mercado para todas as faixas de renda na região, mas os jovens são a maioria absoluta na busca por apartamentos menores, de 42 m² a 70 m² e com preços de até R$ 150 mil."

Cortejando esses consumidores, as empresas já modificam projetos e focam os novos empreendimentos do setor nesse público que prefere apartamentos menores. "Antes eles tinham muita dificuldade em conseguir crédito de R$ 50 mil até R$ 70 mil e hoje conseguem até R$ 200 mil. Eles foram trazidos para esse mercado e perceberam que têm poder de consumo para adquirir o sonho da casa própria", explica Aparecido Viana, outro empresário do segmento.

Para atingir mais consumidores, uma empresa do setor lançou em Diadema empreendimentos que custam cerca de R$ 155 mil, sem vagas de garagem. A ideia é trazer preços menores para atingir, principalmente, os solteiros em busca da independência. "Queremos sentir como será a recepção desses conjuntos. Eles saem, em média, R$ 10 mil mais baratos do que os que possuem garagem e têm 46 metros quadrados. Sabemos que é nessa faixa de preço que há déficit habitacional e temos uma demanda enorme para receber esses imóveis", explica Mauro Silva, sócio do empreendimento que será lançado neste mês.

Apesar do nicho de mercado, a escassez de terrenos na região já começa a mostrar as garras. É cada vez mais difícil para incorporadoras conseguir espaços para construir torres que entrem no valor do Minha Casa, Minha Vida - que contemplam preços de até R$ 130 mil. "Esperamos que neste ano o valor de subsídio possa chegar para imóveis de até R$ 150 mil."

Com o casamento a caminho, Rafael Mônico é um dos muitos jovens que se apoiaram no programa federal para realizar o sonho da casa própria. Ele e a namorada, moradores de Santo André, compraram em Mauá um apartamento de 52 m² por R$ 115 mil. "Meu financiamento é diferente porque não tenho comprovação de renda por holerite e tive de fazer por comprovação bancária. Apresentei a documentação ao banco, que percebeu que minha renda ficava dentro do valor de subsídio. Por isso, no apartamento que valeria R$ 111 mil, ainda consegui R$ 14 mil pela Caixa. Vou pagar em 25 anos. A primeira parcela é de R$ 581 e a última, de R$ 300."

No entanto, Mônico deixa claro que a perspectiva da família é migrar para um espaço maior em breve. "Sempre morei em apartamento pequeno, e se tiver só um filho dá para morar no apartamento, mas meu sonho ainda é morar em uma casa."
 

 

 

Este site usa cookies para garantir que você obtenha a melhor experiência.